As redes sociais no B2B são assim tão relevantes?
Por: Ana Barros, CEO Martech Digital
Meio: Link to Leaders (3 de fevereiro 2022)
Quando falamos na utilização das redes sociais no âmbito corporativo, a sua importância é inquestionável. Todas as marcas querem estar mais perto do consumidor final, aquele que compra de forma mais rápida ou impulsiva. Querem informar, divertir, interagir com o público, criar passatempos e anunciar giveaways. Mas e se o cliente for outra empresa, que pensa e repensa e analisa a compra
O mercado do business-to-business (B2B) fica quase sempre de fora destas equações: empresas no social media = produto sexy de comunicar + consumidor final.
O B2B é sempre visto como mais cinzento. Usa um vocabulário cheio de “palavras difíceis” e tem um negócio aborrecido, tudo isto visto como incompatível com o ambiente “fun” e “light” das redes sociais. O que é que uma empresa B2B vai fazer? Giveways de serviços de integração de software para gestão de armazéns?
Porque não? Do outro lado das relações comerciais no B2B também está um consumidor final dos produtos, dos serviços e das competências. Não falamos com empresas, mas sim com as pessoas que gerem e trabalham nessas empresas, ou seja, permanecemos no conceito Human to Human (H2H), numa comunicação de pessoa para pessoa.
As redes sociais têm exatamente o mesmo valor para o B2C e o B2B: são plataformas de comunicação privilegiadas para um contacto direcionado com o público-alvo e divulgação de uma oferta, seja ela qual for.
Mas são trabalhadas da mesma forma? O LinkedIn não é a única que faz sentido?
Todas as redes sociais fazem sentido dependendo da mensagem, do target, do objetivo e da estratégia de comunicação. A comunicação não pode ser igual em todas, porque cada rede possui um perfil de utilização e de utilizadores diferente.
Cada vez mais as redes sociais são usadas como motor de pesquisa. Procuramos produtos, serviços, opiniões e casos de sucesso, pessoas, opiniões e referências sobre essas pessoas. Procuramos competências, recursos e traçamos perfis. Se as empresas e os seus profissionais não estiverem lá, como vão ser rapidamente encontrados? Mais importante ainda, se estiverem lá da forma errada que imagem vão transmitir?
Por isso é que o objetivo não é mostrar apenas a oferta. A visão para as redes sociais tem de ser holística. Não podemos apenas mostrar produtos e serviços, temos de mostrar know-how, profissionalismo, sucesso, referências, diversão, comunicação, humanidade. Mostrar a empresa, as suas pessoas e os seus líderes (personal branding), mas nunca da mesma forma em todas as redes.
Também as redes sociais dos líderes das empresas têm um papel importante em relação ao impacto que o branding da empresa pode ter no mercado. Além das empresas terem de saber cuidar das páginas corporativas das suas redes sociais, devem igualmente ter em atenção e saber orientar as páginas das redes sociais dos seus líderes.
Lembre-se que neste conceito de H2H, o seu cliente certamente se identificará mais e irá interagir com mais facilidade com as redes sociais dos líderes das empresas e não tanto com as redes sociais das empresas.
Cada rede tem de ter uma estratégia própria, tanto a nível de mensagem como de imagem, cadência de publicação e tipo de conteúdo. A política do “one size fits all”, na criação de conteúdo único para todas as redes, pode ter consequências desagradáveis.
As redes sociais têm tanto de poderoso como de perigoso, e da mesma forma que em segundos nos permitem alcançar milhões, também podem em segundos destruir o que demorou anos a criar.
As redes sociais no B2B são relevantes? Muito! Se os potenciais clientes são sempre pessoas, e se essas pessoas estão em todo o lado, não devemos lá estar também? Lembre-se que o cliente é omnichannel!
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