“Quem investe mais em tempo de crise sai beneficiado”

Quem investe mais em tempo de crise sai beneficiado

Por: Ana Barros, CEO Martech Digital
Meio: Grande Consumo (5 de dezembro 2022)

No passado dia 29 de novembro, decorreu o evento de marketing da GS1 Portugal, sobre “Marketing e Comunicação: uma ferramenta para enfrentar a crise”, em que se analisou de que forma as marcas devem proceder em tempos de crise no que se refere a comunicação com os seus clientes e consumidores.

Este evento começou com a intervenção de Rui Ribeiro, Business Development Lead na MindShare, que enquadrou o tema enfatizando que “o marketing e a comunicação acrescentam valor aos produtos” e que “quem investe mais sai beneficiado em tempo de crise”.

O criativo refletiu sobre o “estado da arte” nesta área, explicando que o século XXI trouxe às empresas um conjunto de desafios pelos quais não se esperava: redes sociais maiores que países, uma pandemia que mudou os hábitos de consumo, uma crise que obriga as empresas a acelerar e todo o tipo de novas plataformas que alteram a forma como são feitos os negócios.

Rui Ribeiro deixa, por isso, o alerta: “é necessário mudar o ‘mindset’ das organizações: é preciso ter valores, criar valor e ter um ecossistema de ativos de marketing. Ainda há muitas empresas com ‘mindset’ muito familiar e dependentes do fundador”, rematou.

Online vs. offline 

Esta nota de enquadramento foi complementada por exemplos da estratégia de marketing e comunicação da GS1 Portugal, apresentados por Flávia Amaral, gestora de marketing da organização anfitriã.

Após a sessão de enquadramento, seguiu-se o debate sobre “O Digital: uma oportunidade até para quem trabalha offline”, com os contributos de Paulo Rossas, Chief Innovation Officer na Lisbon Digital School, Guida Marques Pinto, Digital Innovation Director no Público, e Ana Barros, fundadora e CEO da Martech Digital.

Desta discussão resultou uma ideia muito clara: investir no digital não só é benéfico, como é crucial. Ana Barros reforçou que “há um antes de 2020 e um depois de 2020”, explicando que “se antes eram as grandes empresas que investiam em marketing, não estando ao alcance das empresas mais pequenas, com o digital, o marketing passou a ser transversal e a estar acessível a todos”.

A CEO da Martech Digital reforçou ainda que o digital complementa e não substitui o analógico, uma vez que o “offline e online vão sempre cruzar-se, porque a jornada do cliente passa por ambos”. Ana Barros apontou, por fim, que a tecnologia é a força motriz e um dos aspetos mais importantes da transformação digital.

Recordou, ainda, o crescimento muito significativo de alguns negócios durante a pandemia, mesmo não dispondo de lojas físicas, com recurso exclusivo ao comércio digital, fosse em marketplaces, fosse com abordagens mais informais, em contas próprias criadas nas redes sociais, permitindo a comunicação com o consumidor no registo de proximidade possível.

No rescaldo da pandemia, os CEO reconheceram com novas perspetivas e argumentos a importância do marketing e, como destacou Ana Barros, atualmente, o marketing é uma ferramenta de apoio à gestão, a que os CEO recorrem como fonte de informação e ferramenta de contacto com os públicos das marcas.

Guida Marques Pinto começou por explicar que a aceleração da transição digital do jornal ocorreu ainda no pré-pandemia e, por isso, foi possível ganhar quota de mercado. “A vantagem do digital é termos dados para perceber se resulta ou se resultou, mas é necessário haver uma rápida adaptação”, afirmou.

O mundo digital permite, segundo Guida Marques Pinto, acelerar esta transformação, mas também que “temos de pensar sempre na estratégia a longo prazo e fazer o necessário para lá chegar”. Por fim, a especialista destacou que “só offline ou só online não é a resposta” e que “o retorno é maior se houver uma estratégia multicanal”.

Redes sociais

Com o foco na importância da profissionalização do social media, Paulo Rossas explicou que as redes sociais servem para ampliar aquilo que já existe, e que, por isso, “é necessário investir, o orgânico não basta, a ‘borla’ já acabou”. 

Acrescentou que “temos de olhar para as redes sociais e perceber que não basta seguir tendências, é necessário profissionalizar o trabalho que fazemos lá”. Apesar de não existir uma fórmula mágica para perceber o que vai resultar ou não, o paid media vai continuar a ser importante.

O evento foi encerrado por Beatriz Águas, Chief Corporate Affairs Officer na GS1 Portugal, que anunciou, para o próximo dia 25 de janeiro, um novo evento dedicado à sustentabilidade.

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