ESG na comunicação: de buzzword a exigência real no B2B

O ESG deixou de ser um tema paralelo para se tornar central na forma como as empresas se apresentam ao mercado. Hoje, não basta mencionar sustentabilidade em relatórios ou campanhas sazonais. No B2B, os clientes querem provas concretas de que os compromissos ambientais, sociais e de governança fazem parte da identidade da empresa.
ESG na comunicação: mais do que um conceito
ESG corresponde a três dimensões: Ambiental, Social e de Governança. Mas comunicar ESG não é listar ações isoladas, mas traduzir compromissos em mensagens claras e consistentes.

Na prática, a comunicação ESG deve transformar iniciativas em narrativas que transmitam credibilidade e reforcem a reputação junto de clientes e parceiros estratégicos.
Tendências e sinais do mercado
O ESG já não é uma tendência emergente, para se tornar critério estrutural nas escolhas de fornecedores e parceiros B2B.
Segundo a Fleishman Hillard, 76% dos decisores B2B afirmam que as empresas ainda não comunicam suficientemente os seus compromissos ESG. Este dado é revelador, pois mesmo com toda a visibilidade do tema, três em cada quatro decisores ainda sentem falta de uma comunicação clara. Ou seja, existe espaço para quem souber fazê-lo bem e com consistência.
Porque é que importa para as empresas B2B
No marketing B2B, a confiança é quase sempre o critério decisivo. Produtos e serviços podem ser semelhantes, mas a perceção de responsabilidade e integridade faz toda a diferença.
Um estudo da Deloitte mostra que clientes B2B que percecionam os seus fornecedores como sustentáveis têm 2,7 vezes mais probabilidade de manter compromissos de longo prazo, 1,7 vezes mais propensão para pagar um preço premium e 2,3 vezes mais inclinação para comprar mesmo em situações de inconveniência.
A Schneider Electric traduz o seu propósito ‘ajudar todos a tirar o máximo da energia e dos recursos’ em compromissos concretos: metas de neutralidade carbónica até 2025, programas de economia circular e soluções que reduzem drasticamente o consumo energético em clientes industriais. Esta coerência entre discurso e prática reforça confiança e posiciona a marca como parceira estratégica de longo prazo.
Greenwashing: o risco de ignorar a comunicação ESG
Comunicar ESG de forma superficial é arriscar-se a perder contratos, reputação e até valor de mercado. No B2B, uma falha de credibilidade tem efeitos imediatos e duradouros.
O caso Volkswagen é um exemplo claro. A marca esteve no centro de um dos maiores escândalos corporativos da última década, ao manipular dados das emissões nos seus automóveis. Para além do impacto direto no consumidor final, registou quebras significativas de vendas e enfrentou custos de milhares de milhões em multas e indemnizações. Toda a rede de parceiros e fornecedores B2B sofreu também as consequências de uma quebra abrupta de credibilidade. Este exemplo mostra como incoerências entre discurso e prática podem destruir relações de longo prazo e abalar a confiança da marca.
Comunicação ESG como ativo estratégico
A comunicação ESG pode ser um ativo estratégico quando usada de forma inteligente. Mais do que falar de boas práticas, trata-se de transformá-las em narrativas que reforçam a legitimidade e o posicionamento
Um dos riscos mais apontados é a perceção de autopromoção. É aqui que a assessoria de imprensa tem um papel crucial, traduzir compromissos ESG em histórias relevantes para os media, garantindo não apenas visibilidade, mas também credibilidade. Desta forma, deixa de ser um relatório interno e passa a ocupar espaço público, validado por veículos de comunicação reconhecidos.
Tal como debatido no webinar “Notícia ou Ruído?”, a assessoria de imprensa continua a ser decisiva para destacar mensagens relevantes num contexto saturado de informação. Aplicado ao ESG, este trabalho ajuda a evitar perceções de autopromoção e a garantir que a comunicação da marca responde aos critérios de noticiabilidade: relevância, rigor e interesse para o público.

O futuro da comunicação B2B é responsável
O ESG não é moda nem ação pontual, mas uma mudança estrutural na forma como as empresas constroem relações de confiança. A pressão por transparência só vai crescer, e comunicar de forma clara e consistente é o primeiro passo para proteger a reputação no B2B.
Na Martech Digital ajudamos marcas a transformar compromissos ESG em narrativas credíveis e diferenciadoras. Se a sua empresa ainda não deu este passo, fale connosco.
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